quarta-feira, 9 de maio de 2007

Manhã com os Budas

Comecei o dia bem cedo, fui ao médico. Pior que ir ao médico, só ficar esperando o médico chegar. Sabia que seria uma longa espera, São Paulo tava abarrotada, como diria um bom paulista. Chovia e o Papa tava andando por aí. Resolvi abrir minha mala. Tinha acabado um livro ontem e não sabia o que ia ler. Peguei um livro rosa, Luxúria em destaque.

Foi aí que encontrei uma senhora beirando os 60. Ela era desbocada, não parava de falar por nada. Tinha tanta coisa pra contar que não se contentou em escrever. Falou. Na verdade, gravou por horas e mandou para um louco escrever. Isso é o que dizem e eu pra entrar no clima finjo que acredito.

Você nunca imagina conhecer uma velhinha desbocada sentado na poltrona dura e velha do seu alergista. Mas foi assim mesmo que eu a conheci. A gente foi ficando amigo e em meia hora descobri que ela era muito mais que desbocada. Ela tinha algo de exibicionista. Falava mesmo, sem pudor e medo de ser feliz. O que vinha à sua cabeça ela soltava. Com o tempo percebi que se tivesse nascido uns 40 anos mais cedo, não seria uma má escolha se eu a conhecesse.

Infelizmente o tempo acabou, gritaram meu nome umas 3 vezes. Foi o que o médico disse na verdade. Eu não ouvi nada. Na verdade, achei que estava no interior da Bahia. Ela me contou os detalhes de como perdeu a virgindade. Foi com um professor da faculdade e isso foi lá nos anos 50, onde namorar era apenas uma licença para poder pegar na mão.

Fui pra sala do alergista e voltei rápido. Não foi o suficiente. Já era tarde para continuar. Mas tudo bem é bem provável que a gente se encontre por aí denovo.

2 comentários:

Anônimo disse...

hahahahah
agora eu to morrendo de vontade de ler o livro!! e ufa, eu não fui a única a devorar quase um livro inteiro na sala de espera...
bjaum

Anônimo disse...

Já avisei, ler isso aí dá problema...